Bem, o programa de hoje era ir para Malmö.... claro que às tantas tinha de sair asneira :P Como isto está enorme vou fazer capítulos, assim os meus estimados leitores só lêem o que lhes apetece.
Ida para Malmö
Eu ontem tinha estado a programar meticulosamente esta minha saída em termos de transportes (que linha de autocarros apanhar para onde e tal) - até aqui tudo bem.
Hoje de manhã consegui acordar cedo, saí de casa para ir à paragem onde tinha o meu autocarro... e perdi-me pelo caminho. Logo aí foi um bom começo. Ainda por cima às 8h da manhã o trânsito aqui na minha zona é o caos, está tudo a sair para o trabalho / as aulas. Quando falo de trânsito falo de carros, claro, mas principalmente de bicicletas... montes, por toda a parte, cruzam-se nem sei como não chocam, e fazem razias silenciosas nos peões com uma descontracção total. Enfim, não vi conflitos, nem acidentes, tudo isto parece muito normal, devo ser eu que me tenho de habituar. Depois de dar umas voltas com o tempo a apertar acabei por dar com outro sítio em que me lembrava que deveria também haver, algures, uma paragem para o meu autocarro. Decidi então perguntar è primeira pessoa que me apareceu à frente onde havia uma paragem do 169, e essa pessoa era um varredor da rua... que não falava inglês. Svidich dizia ele. Usei então (com a maestria que podem imaginar) o meu alemão. De tudo o que lhe disse o senhor percebeu a palavra BUS e apontou na direcção em que achava haver uma paragem de autocarros. Muito simpático. E a paragem estava certa.
No Migration Board
Em Malmö dei sem problemas (de mapa em punho e à chuva, mas enfim) com o Migration Board em que obtive (sem problemas) o meu permisso de residência. Aí também houve um momento estranho, em que me deram um formulário interminável que me perguntava quantas vezes tinha eu estado no Espaço Shengen e por quanto tempo. Quando fui refilar o senhor respondeu-me: you only need the paper of the bank, the one of the University, and to fill that. Devia achar que eu vinha de uma terra em que não se sabe o que é um extracto bancário. Lá lhe disse que era portuguesa e ele passou-me o formulário dos europeus (1 folha A4 frente e verso... nada a ver).
IKEA
Depois de obtido o permisso de residência... IKEA time!! Pensem na IKEA de Alfragide, por exemplo. Imagem: uma coisa muito grande numa zona industrial, no meio do nada, algures nos arredores da cidade. Como é que se chega là a pé? Com a minha fantástica noção das distâncias desde que tenha o mapa na mão!! Andei, andei, andei, saí de Malmö, andei, com carros e carros, e vias rápidas... e chuva. Às tantas dei com um caminho pelo mato que (dizia o mapa) devia ir dar ao IKEA. Andei, andei, árvores, corvos, colinas verdinhas, très joli. Até que... vislumbrei... isto [violinos...]:
Woooooow... por fim... there it is... tinha de tirar uma foto àquele momento único. Como não podia deixar de ser, foi aí que passaram dois ciclistas que também devem ter pensado que eu provinha de um país muuuuito distante, em que IKEA era um tótem, ou algo do estilo.
No IKEA... pfff. Não há muito para dizer (apesar de ser o título do post). Devem estar em fim de época; o facto é que estava tudo esgotado. Um desconsolo para quem andou tanto e veio de tão longe snifsnif. Comprei o meu edredon (não me parece que seja suficientemente quente mas não havia grande variedade) e uma almofada, tomei um café e uma espécie de almoço IKEA e saí.
O regresso a casa
Aí está o VERDADEIRO problema da minha eficiente planificação prévia: não tinha previsto o regresso. Poooois é. Andaaaaar tuuuudo outra vez até à paragem onde cheguei? Não me cheira. Apanhei outro autocarro até à dita (mas o que não andei para encontrar uma paragem ao pé do IKEA - aquilo é muito grande para se andar às voltas!). Bem, só sei que quando cheguei a casa não acreditava.
Esperando por um autocarro para o centro de Malmö...
A última lição do dia
Depois de limpezas e tal, decidi voltar a sair de casa para comprar pão e algo para jantar. Aí aprendi mais uma grande lição: não tentar ir para o centro de Lund depois das 5h30 da tarde. A pé chega-se là às 6h (quando está tudo fechado), e quando se encontra um supermercado e se comprou o jantar volta-se de noite cerrada. E perde-se. Ou melhor, eu perco-me (já devem ter percebido - quem não me conhece - que é uma especialidade minha). À noite as coisas são diferentes, que é que querem?!
Que ninguém se sinta obrigado a ler este blog... a sério, só o fiz para ver como é, para publicar aquilo que me vem à cabeça... o que nem sempre é interessante. Ne vous sentez pas obligés de lire ce blog... je l'ai fait uniquement comme expérience, pour publier ce que je considère intéressant. Et tout est relatif. Surtout l'intéressance. Bref, bienvenue à mon blog! Bem-vindos ao meu blog!
sexta-feira, outubro 16, 2009
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2 comentários:
Olá Carol
Excelente relato de "um dia entre os nativos do circulo polar artico - ou quase".
Parabéns pelas compras.
Apenas um pequeno esclarecimento. Pelas fotos fiquei na dúvida se o Ikea de Malmo é maior ou menor que a arredadação da piscina dos Bacelos.
Mas seja qual for a dimensão do famoso complexo comercial, a tua estória já me permite tirar uma conclusão: O Ikea está para os Suecos como o Mateus Rosé está para os Portugueses:
Não vale nada, mas se "lá fora" gostam, então....exporte-se!
Ou talvez não...
Em relação ao silêncio que descreveste na crónica anterior, também tive uma experiência idêntica.
5ª e 6ª feira fui a um curso de actualização informática no Tagus Park. No intervalo do almoço, eu e quase todos do curso, fomos à cantina lá do sítio.
A dita cuja era ligeiramente maior que a arrecadação da piscina ou o Ikea de Malmo. Só que estava apinhada de Tugas... em decibéis era o equivalente a 10 Pipas com as buzinas no máximo a 20 cm dos ouvidos. Lembrei-me de ti no aeroporto de Copenhaga!
Mas já recuperei bastante. Já consigo ouvir as pessoas desde que olhe com atenção para os lábios.
Inté.
Grandes aventuras!! :) Beijinhos
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