Aulas de sueco... a saga continua. Desta vez a lição parece ter sido completada pelo Florian, o austríco do nosso corredor.
Hoje foi o primeiro dia em que pus "as mãos na massa" no laboratório. Sinto-me um bocado orangotango, visto que pego numa pipeta e dizem-me "goooood!" antes mesmo de eu ter feito o que era suposto, mas mais vale isso que o contrário. Tive uma visita guiada ao laboratório de culturas celulares com a nossa técnica, uma senhora sueca (nos seus 60s) muito simpática, que me explicou em quê é que posso mexer e como fazer o meio de cultura para as minhas células. Às tantas passou-se. Literalmente: passou de uma velhota afável para uma fera - alguém tinha estado a usar as nossas placas multiwell... alguém que não é do nosso grupo (disse isto como quem o farejou)... E sem autorização!!! Depois de fulminar um bocado voltou ao normal, continuámos a visita guiada, e quase parecia ter-se esquecido quando de repente... entrou um infeliz do outro grupo de investigação. Ela agarrou na caixa da placas multiwell (com uma velocidade inesperada) e espetou-a debaixo do nariz do jovem, com um chorrilho de palavras furiosas em sueco, que eu não percebi, mas ele ficou visivelmente assustado. O que também era cómico é que se trata de um rapaz de uma certa estatura, que mete algum respeito, tipo segurança de discoteca, enquanto ela tem quase o meu tamanho. O jovem gaguejou uma resposta (não tinha sido ele, pelo que percebi) e foi-se embora. Claro que a partir daí redobrei de apontamentos no meu bloco de notas, para ter a certeza de não fazer asneiras no lab tão cedo.
Continuei a confraternizar com os outros mestrandos: dois austríacos, um alemão, e uma sueca. Até agora não tive conversas especialmente elaboradas com eles... hoje durante o café matinal a sueca e a austríaca puseram-se a falar sobre torradas com salmão fumado, caviar (!) e champanhe (!!!!) para o pequeno almoço (!!!!!!!!!!!!!). Isto a falar a sério! Bem, a austríaca disse que em casa dela era só no Natal. E a sueca diz que champanhe não costuma beber ao pequeno almoço. Só uma vez. Eu ouvia-as falar como quem vê um jogo de ténis e quando se calaram disse que já almocei salmão fumado. Poooiiinnng.
Durante o café da tarde estivemos a conversar com a minha supervisora e outra investigadora sobre a fauna de Lund. Falou-se de um urso que matou umas cabras para os lados de Halland (é uma terra aqui ao pé) e parece que em Lund há javalis durante a noite! Eu perguntei a medo se passavam na Tornavägen (a zona em que me perdi de noite no outro dia) e desmanchou-se a mesa toda a rir. Eu estava a falar a sério... Claaaaaro que não há javalis na Tornavägen, é mais na periferia. De qualquer forma vou tentar voltar para casa antes de anoitecer.
Quando saí do lab continuei a procurar uma bicicleta em segunda mão. No café matinal a mestranda sueca tinha-me falado de uma loja de bicicletas que estava a fechar, e portanto a liquidar o stock, e em que eu era capaz de arranjar uma bicicleta nova barata. Lá fui eu para a dita loja... mas não entrei logo. Isto porque por detrás do balcão espreitava... um javali. Não, estou a brincar, era um pastor alemão enorme. E no meio do chão, ao pé da porta de entrada estava uma bola de futebol toda rasgada. Fiz duas deduções enquanto o canídeo olhava para mim: ele morde coisas (pelo menos bolas de futebol) e está solto, visto que o brinquedo dele está aqui. Até que apareceu o dono da loja, que me fez sinal para entrar e o cão veio todo contente lamber-me as luvas. Perguntei ao senhor se tinha bicicletas em segunda mão; só tinha uma, enorme, de homem. Não dá. Deitei uma vista de olhos nas promoções e era tudo para cima de 3000 coroas (~300 euros). O meu sonho durou pouco. O pastor alemão acompanhou-me à porta e vim para casa.
Foram estas a fotografias que tirei hoje:
À saída do laboratório... ainda havia sol
Menina de bicicleta (snifsnifsnif - qualquer dia ainda cometo um bike-jacking)
Um ninho de corvo (estava lá a mamã-corvo mas voou enquanto eu estava a tirar a máquina da mochila)
A associação de estudantes da Universidade de Lund ao fim da tarde.
Que ninguém se sinta obrigado a ler este blog... a sério, só o fiz para ver como é, para publicar aquilo que me vem à cabeça... o que nem sempre é interessante. Ne vous sentez pas obligés de lire ce blog... je l'ai fait uniquement comme expérience, pour publier ce que je considère intéressant. Et tout est relatif. Surtout l'intéressance. Bref, bienvenue à mon blog! Bem-vindos ao meu blog!
terça-feira, outubro 20, 2009
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2 comentários:
Parece as lettres persannes. Às vezes parto-me a rir com o que leio. À medida que o tempo passa vais te sentindo menos "estrangeira" e naive lol. Mas olha, as discussões entre grupos de um centro de investigação parece que são comuns a todo o lado. É preciso ter muito cuidado para não se cair nessas intrigas sem fim. Continua a escrever, que eu não comento sempre mas leio! Beijinhos
:)
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