Como tinha o lab-meeting para apresentar na 3a, passei Sábado e Domingo fechada no quarto. A comer assim de vez enquando, só quando tinha mesmo de ser (sei que não devia...). E ao fim da tarde tinha de ir para o lab continuar a olhar pelas minha células.
Domingo tive de ir para o laboratório por volta das 14h, depois de ter almoçado decentemente. Acontece que não saí de lá antes das 20h30... CHEIA de fome. E a pensar no que ainda ia pedalar até a casa e no meu frigorífico vazio. E no facto de tudo o que é café ou restaurante ali ao pé estar fechado Domingo à noite. Sou especialista em acabar neste tipo de situações... decidi ir para casa comer uma porcaria qualquer suficiente para me aguentar em pé mais 30 minutos e voltar a sair de casa para comprar mantimentos no supermercado. Não era de todo uma perspectiva aliciante, mas apetecia-me uma refeição decente.
Pedalei portanto até a casa, subi as escadas a desfalecer, mas mal entrei no corredor... suspense... desmaiei. Não, estou a gozar, veio-me um cheirinho da cozinha... mesmo bom. O meu estômago chorou (simsim, ouvi-o gemer), a minha boca encheu-se de água e a minha consciência disse-me: Carol, abstrai-te. Está alguém a cozinhar mas NÃO é para ti. Vai para a cozinha muito rápido comer a tal "porcaria qualquer suficiente para te aguentar em pé mais 30 minutos" e vai ao supermercado.
Depois de deixar a minha tralha no quarto arrastei-me até à cozinha a maldizer mentalmente a entidade perversa que estava a cozinhar tão indecentemente naquele preciso momento da minha existência. Não é que quando cheguei à cozinha estava o povo todo à mesa? E moooooontes de comida por toda a parte! Era noite do buffet de Natal do corredor!!! E eu tinha-me esquecido!!! Passaram todos a tarde a cozinhar pratos de Natal típicamente suecos e estavam a acabar de jantar. Cumprimentaram-me, perguntaram-me se já tinha jantado e mandaram-me comer. De tudo. Aqui convém fazer um parênteses: a cozinha tradicional sueca tem coisas estranhas. Já explico.
Claro que não me fiz rogada, apesar de já estar tudo frio. E de haver coisas estranhas. Aquela refeição pah.... soube meeeeeeeeeeeesmo bem.
As coisas estranhas, portanto. A única assim mesmo arrepiante (já me tinham falado nisto) é o sill:
Peixe podre. Arenque. Bem, não está podre, é arenque cru marinado em vinagre, pimenta, cebola e açúcar. E afinal até é bom. O peixe tem uma consistência esquisita, assim meio sólida mas pastosa e viscosa e molhada e fria. Mas independentemente disso é bom e muito doce.
De resto havia fiambre de Natal (em primeiro plano), batatas gratinadas (elemento incontornável da cozinha sueca), köttbullar (leia-se chötbularrrr - almôndegas, consideradas como prato tradicional por estas bandas), couves de Bruxelas, salsichas, e molhos vários. Acho que é suposto haver mais enchidos, mas para mim foi mais do que suficiente.
Velas por toda a parte e uma "planta de Natal" que se vê em todo o lado.
Portátil com músicas de Natal, para o ambiente.
A sobremesa foi gelado com Pepparkakor, ninguém se lembrou de preparar o molho de chocolate. Também se fez cházinho e glögg :)
2 comentários:
O teu blog está muito original.
Não tens coragem de tirar fotografias ao teu apartamento?Está muito desarrumado?
Beijos do Zééééé!!!
Exacto!! é mesmo por isso que não tiro fotos ao meu quarto! está terrivelmente desarrumado!!!
beijinhos!!*
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