Que ninguém se sinta obrigado a ler este blog... a sério, só o fiz para ver como é, para publicar aquilo que me vem à cabeça... o que nem sempre é interessante. Ne vous sentez pas obligés de lire ce blog... je l'ai fait uniquement comme expérience, pour publier ce que je considère intéressant. Et tout est relatif. Surtout l'intéressance. Bref, bienvenue à mon blog! Bem-vindos ao meu blog!

segunda-feira, dezembro 26, 2005

férias de inverno

É um sofá relativamente grande, para duas pessoas. Embora neste momento só cá esteja eu. Tem almofadas grandes, verdes, axadrezadas com riscas amarelas, brancas e vermelhas. Mas já cá está há tanto tempo que as cores estão longe de ser vivas. À minha frente arde o lume na lareira. Dado que é serão não são precisas grandes labaredas, basta aquelas tímidas chamas que se limitam a consumir a cavaca, lentamente. Para fazer brasas, porque as brasas é que aquecem a casa. Nesta hora de calma, bastam pequenas chamas para ouvir crepitar o lume. E para fixar aquele movimento que transmite a eterna sensação de vida e efemeridade que o fogo representa desde os tempos mais remotos. Atrás de mim a minha mãe e o meu irmão jogam à canasta. Sem mim. Porque tenho que estudar. Mas estou com o portátil do meu pai ao colo, sentada no sofá, a escrever.
Tenho alturas, assim, em que sinto a cabeça a fervilhar de ideias, de reflexões, em que tenho comichão nos dedos, e preciso urgentemente de um teclado. É triste... porquê é que já não escrevo à mão? Digo escrever neste sentido, escrever como forma de expressão, de pôr por escrito o que me vem à cabeça e que SEI, sinto que não pode voar, não pode escapar. Detesto a sensação de me sentir “produtiva”, com ideias, de não ter a possibilidade de me exprimir, e sentir que elas escapam. Passaram. Por vezes voltam. Mas nem sempre. Mas se tenho oportunidade de escrever, como agora, sinto que está antes de tudo. Antes de IQV e Matemática. Nem que tenha de passar depois a noite em claro a estudar e a recuperar o atraso que já levo de pelo menos três dias no meu plano de estudo para os exames de Janeiro. O Piloto (filho da Púcara =P) ladra lá fora. É o meu pai a voltar do passeio nocturno. Agora está a avivar o lume. “És tu, ou sou eu?” isto foi a minha mãe, antes de biscar, esfregando a carta na mesa antes de olhar para ela, para dar sorte. É daqueles gestos aos quais nos habituamos, mesmo sabendo que não vai mudar a carta, que não dá para lhe “trocar as pintas”. Superstição? may be...

3 comentários:

Mitch Bacano disse...

Uma das piores coisas que me podem acontecer...ter sempre ideias "brilhantes" quando a situação nao permite guarda-las. Ou estou a passear num parque a olhar para a relva verde e a ouvir os passaros a cantar agrupados la encima nos ramos, ou estou na casa de banho a cantar por baixo do duche. So sei que essas ideias são efemeras demais para eu sequer tentar captura-las correndo para peguar num lapis e começar a escrever. Logo depois de poisar a caneta na folha...nada...a ideia foi passear.... Sera que vai um dia voltar? Espero que sim.... E nesse dia quero ter um daquele gravadores de vozes e capta-la. Ai darei me feliz por ter pela primeira vez sido "brilhante".

Mitch Bacano disse...

So para dizer que muitas vezes acordo no meio da noite (pelas 2 ou 3 da manha) para rapidamente peguar num lapiz e escrever o que acabei de sonhar.... Volto depois para a cama contente com esse minuto que me permitiu criar algo e de o guardar inscrito para sempre num canto de uma folha cheia de rascunhos.

Daniel disse...

que posso eu dizer que já não foi dito? não sei... certo é que, apesar de tanta coisa ter sido já feita, não páram de surgir novidades. A humanidade é uma coisa realmente fantástica, e a mente, essa, algo que nos transcende na sua capacidade reflectiva, que chega ao ponto de ter consciência de si própria e reflectir sobre aquilo que ela própria pensa. O pensamento a reflectir sobre o pensamento...

Arquivo do blogue