Que ninguém se sinta obrigado a ler este blog... a sério, só o fiz para ver como é, para publicar aquilo que me vem à cabeça... o que nem sempre é interessante. Ne vous sentez pas obligés de lire ce blog... je l'ai fait uniquement comme expérience, pour publier ce que je considère intéressant. Et tout est relatif. Surtout l'intéressance. Bref, bienvenue à mon blog! Bem-vindos ao meu blog!

quinta-feira, outubro 27, 2005

escada em caracol

Imagem feita a partir de uma foto tirada em Paris das escadas do Arc de Triomphe, manipulada com o Microsoft Photo Editor e Paint.
Título da obra: Descida para... o que quiserem: a cave dos vinhos, o Inferno, uma nova dimensão, o centro da terra... fica em aberto.















PS: Cliquem na imagem para a ver no tamanho verdadeiro, fica melhor.

terça-feira, outubro 25, 2005

Nevoeiro e escuridão

Hoje está nevoeiro. Era só o que eu queria escrever, foi o que me pôs de bom humor, apesar de ter tido de me levantar às tantas (comecei as aulas às 8h). A sério, há séculos que não via nevoeiro, os vultos das árvores e dos edifícios lá ao longe. Parece um sonho... fica tudo mais silencioso. As pessoas andam mais devagar, como eu, a saborear o momento, ou simplesmente com medo de quebrar o silêncio. Fez-me trepar um bocado pela corda.
Tenho andado a fazer espeleologia dentro de mim. Isto pode parecer delirante, mas a sério, estou perfeitamente lúcida :P. Só que o problem é que fiquei lá em baixo. Mas estou quase a sair. Foi por isso que não tenho escrito nada de jeito neste blog, normalmente era para escrever sobre experiências interessantes, ou a minha opinião sobre aquilo que vejo, mas como tenho estado "nas profundezas" não tenho prestado muita atenção ao que se passa à minha volta. Lá em baixo tudo é mais escuro... desconhecido, sentimentos que costumamos ignorar, (ou evitar?) e que fazem "estragos"quando vêm ao de cima... ou os sentimentos é que são escuros? A escuridão é muito relativa. Mas os sentimentos não deixam de ser escuros. Bem, não me peçam para ser coerente, descobri que é das coisas mais difíceis. Por outro lado acho que prefiro forçálos a ficar lá em baixo e ser eu a descer do que serem eles a aparecer. Assim fico a conhecêlos melhor e dá para os controlar melhor se por acaso um dia me descuidar e lhes der vontade de espreitar ca pra cima. De certa forma isto também é uma experiência... não que seja agradável (também não é voluntária, não sou sado-masoquista), mas não deixa de ser interessante. Hoge o nevoeiro soube-me bem... Deu-me vontade de subir mais depressa, ha montes de coisas para apreciar cá em cima.
PS: Não sei exactamente quem é que vai ler isto, mas para o caso de passar pela cabeça a alguém, agradeço que não venham falar comigo no assunto

quinta-feira, outubro 20, 2005

reflexão no metro

Ia eu no metro, linha verde, rumo à Alameda, vendo desfilar a escuridão do lado de lá da janela, observando os rostos indiferentes e cansados dos outros passageiro. Eram 8 horas da noite, o pessoal estava a voltar do trabalho, desejoso por chegar a casa, sentar-se no sofá de comando na mão (?) e descalçar os sapatos. Primeiro gesto indispensável para um bom final de dia. Bem, ia portanto no metro, sentada triunfalmente à janela, naquela floresta de corpos levantados, encostados a varas metálicas ou pendurados nas pegas do tecto (esta frase foi realmente difícil de redigir... aquilo são "pegas"?), exibindo olheiras e expressões carrancudas. Foi no meio daquele silêncio que se ergueu uma voz de mulher jovem, clara, jovial, rompendo o torpor do regresso a casa ao fim dum dia de trabalho; «boa noite minha senhora, é a nova, festivais de verão, a última Cais... boa noite senhores, é a nova... festivais de verão, são dois euros...».

Cais: lugar que, à beira de um rio ou porto, serve para embarque e desembarque de pessoas [e mercadorias] [definição fornecida pelo dicionário Universal da Texto Editora]

Cais: projecto social que, à beira da condição de sem-abrigo ou exclusão social, serve para o melhoramento condições de vida e para dar oportunidade a homens e mulheres de dar novos passos na concretização do seu projecto de vida. [mesma definição, adaptada]
(ok, não tem nada a ver com a do dicionário, mas apreciem a metáfora)

Cais: local de partida, de renovo, começo de uma nova vida... ou simplesmente de algo a que se pode chamar vida... partida para novos horizontes, novas esperanças. Local em que se espera, sozinho, numa manhã fria de Inverno (com o nariz vermelho, encharcado, enfiado no cachecol) pela chegada de um comboio, aquecido nem que seja simplesmente por calor humano, em que nos sentamos entre iguais. O comboio sendo suficientemente grande para nos sentarmos todos. E todos teremos um dia lugar à janela. Nem que seja para ver desfilar a escuridão do Túnel.

terça-feira, outubro 18, 2005

poema à André Breton

Este é um poema escrito a lápiz no tampo duma mesa de esplanada... achei piada, não sei se foi copiado dalgum livro ou se o tipo é mesmo artista... faz-me lembrar poesia de André Breton ou "Aube" do Rimbaud. (ok, há partes estranhas, mas eu não podia censurar, faz parte da obra):

Sim, eu kero. Tudo à minha volta deixa-me a sonhar.
Não sou maduro, mas o sol é amarelo e por isso
Ando pelas pedras graníticas lapiadas pelo
Xô Augusto. O Hospital é já ali. Não vás.
“Deita a língua de fora e solta os cornos”
A mala balança como quem ri durante
O momento em que a bala penetra entre a 3ª
Costela e a mesa de plástico da “Aki”.
Os olhos ardem diz ela. Ai, rapaz,
Dá-me o pau. Tas de vermelho.
Eu sou fofo. Ele é médico. Saiu
De manhã e levou o xapéu do
Marido que era polícia e foi
Assim que tudo começou

sexta-feira, outubro 07, 2005

Espirro

Achei o máximo estas duas vinhetas do último volume (Allergies) de Claire Brétécher:


tirado de: http://www.clairebretecher.com/

[Espero que a senhora não me faça um processo...]

Photos I

Aujourd'hui je publie des photos que j'ai prises cet été, au mois d'Août, dans une plage de la côte atlantique des Landes françaises. (Il y en a quelques unes que j'ai modifiées sur Microsoft Photo Editor, pour accentuer quelques contrastes, ou changer la luminosité.) Ça a été un moment assez spécial, je n'avais jamais vu un coucher de soleil pareil; non-seulement pour la beauté du coucher de soleil lui-même mais aussi pour l'ambiance de la plage. En y allant, après avoir traversé le camping, je suis passée à côté d'une voiture avec un mec (dont je n'ai pas vu le visage) à l'intérieur qui écoutait tout bas une vieille musique des Beatles (je ne me suvient plus laquelle). Et puis en arrivant à la plage, après avoir traversé la dune avec cette lumière il y avait les gens, assis sur le sable, ou sur les escaliers. Bref, voici les photos:

Ça c'est la pinède avec la lumière du coucher de soleil, avant d'arriver à la plage.

Des vélos sur la dune, au bord du chemin qui longe la plage. Au fond on voit un cerf-volant, et l'horizon, que je n'ai quasiment jamais réussi à photograpier horizontalement.

Enfin, la plage, avec la mer incroyablement calme. Comme pour nous laisser admirer le coucher de soleil en silence.


Le chemin qui descend de la dune vers la plage. (en fait cette photo devrait être juste avant, mais bon).

Le soleil, enfin, sur le vagues.

Photos II

Les gens sur la plage, je n'étais pas la seule à venir exprès pour ça. Et mon ombre sur le sable. (That's me!!)


Les galets au bord de l'eau. On les voit mieux à cette heure-là, avec la lumière rasante.


Quelqu'un dans l'immensité... C'est encore un de ces moments où on se sent tout petit.


Mes traces de pas sur le sable mouillé.

domingo, outubro 02, 2005

Link e nascer do Sol

Para já, quero que reparem... no meu primeiro link!!! Estou-me a inserir neste novo universo, que abre tantas possibilidades de expressão e comunicação: O BLOG. Neste caso trata-se do esquisito da esquina, que vale a pena visitar nem que seja só para ler o último texto, sobre o inter-rail. Não percam que nós também não.
Mudando de assunto. Comecei as aulas Segunda-Feira passada na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. O único inconveniente: é na margem Sul. Deu-me no entanto a possibilidade de ver nascer o sol por cima do Tejo. Sair de casa às 6h30, ir de autocarro até Sete Rios, apesar do contraste entre aquilo que se passa na minha cabeça (ainda a sair do sonho que fiz nessa noite) e a actividade que já há nas ruas, nos cafés, nas lojas... etc., esperar sentada no cais da estação, vendo passar os segundos e minutos no relógio, observando as pessoas até à chegada do comboio. Quando entro e me sento num lugar à janela, o fecho das portas é o sinal do início do espectáculo. Ver passar as casas, os carros, os rostos da cidade a despertar; depois da estação de Campolide é a vez das colinas, do Casal Ventoso, segundos depois já se vê o rio e a ponte em direcção à qual me dirijo. Por fim sobrevoando a gare marítima de Lisboa com barcos e gruas, o Tejo, e por fim o clarão vermelho do nascer do sol.

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