Que ninguém se sinta obrigado a ler este blog... a sério, só o fiz para ver como é, para publicar aquilo que me vem à cabeça... o que nem sempre é interessante. Ne vous sentez pas obligés de lire ce blog... je l'ai fait uniquement comme expérience, pour publier ce que je considère intéressant. Et tout est relatif. Surtout l'intéressance. Bref, bienvenue à mon blog! Bem-vindos ao meu blog!

quinta-feira, março 04, 2010

Fotografia, fotografia....

Cá estou eu, de volta ao blog, pelo menos por hoje. Depois do laboratório fui buscar as minhas fotografias que pus a revelar (num fotógrafo a sério, desta vez) e a caminho de casa reparei que a exposição do João Penalva estava aberta. Agora estou-me a armar, ah e tal sou tão intelectual, o João Penalva e tal. Quando na verdade não fazia a menor ideia de quem era o jovem, para além do facto de pelo nome parecer português. Sempre que passava à frente do Konsthall via o cartaz e o nome chamava-me a atenção por parecer português, mas a exposição estava sempre fechada.
Enfim, hoje decidi entrar (de mochila às costas, casacão e saco de plástico das compras - muuuuuito intelectual. De esquerda, como é suposto).

Pelo guia que li já no autocarro a caminho de casa, soube que João Penalva nasceu em Lisboa em 1949 e começou por ser bailarino na Ópera de São Carlos. Estudou mimo e dança contemporânea, foi bailarino/coreógrafo na Europa toda (ou quase) e chegou a trabalhar com a Pina Bausch. Nos anos 80' decidiu que queria ser pintor e foi para Londres. E pronto, pelos vistos também é fotógrafo e escritor. Parece que he is one of the best-known artists from his country, Portugal. Tive de viver na Suécia para ficas a conhecer o João Penalva. Não há como ir para o estrangeiro para conhecer artistas portugueses, pelos vistos. Por acaso até gostei da exposição.

Bem a verdade é que fiquei à nora - estava tudo às escuras (para além de umas projecções maradas) não havia qualquer galeria, ou caminho a seguir com fotografias nas paredes, como eu estava à espera. Durante os 2 primeiros minutos andei de um lado para o outro, a meter-me em corredores escuros, e a subir escadas de serviço, à procura das obras. Ia espreitando para a secretária em que estava uma senhora com um ar de seca a fazer paciências no computador (suponho eu) a ver se ela não saltava da cadeira e acusar-me de ilegalidades, mas ela não se mexia.

Depois de umas voltas lá fui dar com as obras. Devo dizer que não me entendo muito bem com esta fotografia pós-contemporânea, e comecei por não achar grande piada. Mas gostei do ambiente meio surrealista (de se ficar anestesiado, parecia uma sala de microscopia de fluorescência), percebi que ele gosta da onda dos sonhos (eu também!) e houve uma parte de que gostei: umas fotos grandes com legendas gigantes. Legendas essas que na verdade são narrativas, curtas mas intensas. Aqui fica uma (se bem que sem a foto não tem tanta piada):

«Master Nanyo's wife had dozed off the table, waiting for her husband to come and eat dinner. The food was getting cold. When he arrived she asked what had kept him so long. "I was looking at the shadows. How different they look now from the morning's shadows" he said. Adding some more rice to his bowl, she then asked, "Are you now the same man who had breakfast at this table today?". They ate in silence for the rest of the meal. Then, picking with his chopsticks a stubborn last grain of rice in his bowl, Masted Nanyo replied with a big smile, "I think you'd better ask him."»

Para quem estava à espera que eu publicasse fotos... temos pena!! ;)
Fica para amanhã, tenho de as fazer render...

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