Que ninguém se sinta obrigado a ler este blog... a sério, só o fiz para ver como é, para publicar aquilo que me vem à cabeça... o que nem sempre é interessante. Ne vous sentez pas obligés de lire ce blog... je l'ai fait uniquement comme expérience, pour publier ce que je considère intéressant. Et tout est relatif. Surtout l'intéressance. Bref, bienvenue à mon blog! Bem-vindos ao meu blog!

terça-feira, janeiro 31, 2006

refresco

Hoje de manhã saí de casa cedo, com os meus irmãos, para me vir inscrever a uma melhoria na faculdade. Acordei (dificilmente, certas pessoas sabem bem porquê) diferente, o pequeno-almoço não me soube como de costume, os meus passos nas escadas de madeira para ir para o carro também não soaram iguais e a luz do dia pareceu-me espectacular. Não estava com aquele peso no peito, aquele mau humor de quem teria gostado ficar mais tempo debaixo do edredon (sei que se escreve edredão mas acho que soa melhor ederdon). Apetecia-me MESMO saltar da cama (para isso faltou-me energia), sair de casa, apanhar o comboio em 7 Rios. Agora põe-se a questão: How’s that possible? OK, para quem possa ter ideias: NO, I’m NOT in love. O meu estado de bem-estar (que aqui até parece euforia, mas também não ia assim tão longe) era devido a algo que levava na mochila. Tatããã… suspense…
Bem, tenho de aprender a escrever introduções mais curtas. Na mochila levava… CHEGAAAAA!!! Levava a máquina fotográfica do meu pai. A máquina fotográfica, pronto. Com um rolo dentro (convém). Mas é que há séculos que não o fazia. Dei-me conta que não sou a mesma pessoa quando tenho uma máquina fotográfica comigo. O meu olhar não é o mesmo. Fica mais atento à beleza que me rodeia, seja ela qual for. Até a estação de 7rios me pareceu atraente, e o cais com as pessoas a enregelar em pé romântico, a viagem de comboio, que sempre foi um bom momento, tornou-se… num excelente momento. (Bem, isto foi péssimo, mas nem sempre consigo encontrar palavras para tudo). Até os vidros nojentos do comboio me inspiraram: ils diffusent la lumière du soleil, em bom português, e tornam a paisagem misteriosa, como numa cena cinematográfica.
Obviamente, o momento não foi perfeito: dei-me conta de que me tinha esquecido do segundo rolo em cima da minha secretária, só pude portanto acabar o que estava dentro da máquina (e praticamente no fim). Mas valeu a pena refrescar o meu olhar. Ou renová-lo? Até a viagem de TST, já na margem sul, foi inesquecível: os “espaços verdes” (ou descampados?) tinham a relva pintalgada de flores amarelas, as folhas das árvores estavam brilhantes, a relva da beira da estrada, na chegada à faculdade, estava branca de geada e também brilhava ao sol. Quando saí do autocarro as palmeiras destacaram-se aos meus olhos do azul do céu, as pedras da calçada tinham jogos de sombras com o sol rasteiro da manhã, reparei nas árvores que estão ao lado do 7 (edifício VII), altas, esguias, sem folhas, alinhadas contra a parede branca do edifício. Até vi um resto de neve ressequida!!!! (Sim, era neve de ontem, ainda na sombra de uma irregularidade do solo, prestes a derreter-se ao sol).

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