Que ninguém se sinta obrigado a ler este blog... a sério, só o fiz para ver como é, para publicar aquilo que me vem à cabeça... o que nem sempre é interessante. Ne vous sentez pas obligés de lire ce blog... je l'ai fait uniquement comme expérience, pour publier ce que je considère intéressant. Et tout est relatif. Surtout l'intéressance. Bref, bienvenue à mon blog! Bem-vindos ao meu blog!

segunda-feira, março 06, 2006

cena triste

Personagens: Me, Polícia municipal, Mãe, Filho.

Cenário: sentada num banco de rua, com um livro na mão, A Caverna do Saramago se bem me lembro; à minha frente ondulava levemente a tela verde-escuro-esburacado de uns andaimes de onde emanava um cheiro pouco agradável (é a minha especialidade: encontrar sítios confortáveis e tranquilos para ler). À minha direita estava um carro mal estacionado, no passeio.

O carro já tinha aquelas coisas amarelas para bloquear as rodas e encontrava-se ao lado dele um polícia do mais tuga possível: bigodaça, ventre avantajoso, etc, etc… saca de um autocolante daqueles que se colam na janela da viatura transgressora do Código e põe-se a escrever algo. Nesse momento passa atrás do meu banco uma mãe, com pelo menos dois sacos de plástico numa mão e a mão do filho na outra (penso que me fiz entender).

FILHO: Olha mãe! Um polícia! O quéquele tá a fazer?

MÃE: Tá a pôr uma multa no carro que está mal estacionado. Tás a ver aquelas coisas amarelas nas rodas? É porque assim o dono do carro já não o pode tirar dali e tem mesmo que ir pagar a multa.

FILHO: Uau! Não tenho a certeza deste uau mas fica bem.

A mãe e o filho ficam a observar o representante da autoridade.

Nisto, o senhor polícia, que já tinha acabado de escrevinhar tudo, prepara-se para colar o referido autocolante e tira o papel (daqueles que os autocolantes têm atrás e que se tiram para se poder colar o autocolante). Como bom exemplo para os dois atentos observadores (três a contar comigo), atira vigorosamente o papel por cima do ombro, para o chão, cola o autocolante no vidro da viatura, coça o bigode e vai-se embora. A mãe puxa o filho pela mão: “Anda, temos de ir lanchar”.
Eu contenho o riso.

1 comentário:

MJS polifónica disse...

isto ta bonito carolina, clico num dia ao calhas dos teus escritos passados e vem-me este da "cena triste"... não é q comecei a ler a Caverna do Saramago este fim de semana? até agora nada de extraordinário, a não ser o pormenor de que estou a colmatar uma grande lacuna. Desde q me conheço gente q queria ler Saramago, c os livros tds em casa... nunca... e eu dizia... a minha lacuna é nunca ter lido Saramago... colmatei-a no sábado com a Caverna :) *** beijocas coincidentes

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