Também pode ter a ver com a minha descontracção. Há muito tempo que não estava tão relaxada. Precisava mesmo de férias. Com praia de preferência. Uma semaninha em Setembro na costa alentejana veio mesmo a calhar:
Este é o centro do Almograve, de manhã. A igreja à esquerda e os sanitários públicos do lado direito.
Um dos aspectos de que mais gostei foi a presença, de dez em dez metros, de banquinhos. Sem outra utilidade do que a de alguém se sentar. A ideia de uma pessoa sair de casa só para se sentar à beira da estrada deserta, ou no centro do Almograve em frente aos sanitários públicos, simplesmente para estar sentado a pensar na vida, fascina-me. Em Lisboa não me passaria pela cabeça sentar-me num banco só para estar sentada num banco. E no entanto, naquele contexto, em que praticamente não passa ninguém, os veraneantes se vão embora com a chegada do mês de Setembro e no fundo não há mais nada para fazer a não ser ir para a praia e dormir sestas, já faz todo o sentido.
Não o fiz, mas a perspectiva de a todo o momento me poder sentar em largas horas de introspecção foi deveras reconfortante. As pessoas que gastam balúrdios em psicólogos e sessões de Yôga por causa do stress faziam melhor em fugir para a praia.
Esta está dividida e dois por rochedos, para me reservar a surpresa de ir ver o que há no outro lado...
Manhãs de nevoeiro na praia...
... céu azul e solarengo à tarde.
Aqui temos bancos para pensar na vida à sombra, também no centro do Almograve.