Também andei a tratar das cenas (não vejo outro nome apresentável num blog decente) relativas ao meu programa de intercâmbio - a saga continua. Se por acaso não fôr bem sucedida nas biologias vou escrever um best-seller sobre esta história. Só em Lund devem estar pelo menos quatro entidades administrativas diferentes envolvidas nisto, cada uma a tratar das coisas por seu lado. Até que a dada altura tenho de ser introduzida no sistema (informático, suponho) e a senhora que está a tratar disso anda agora a trepar pelas paredes. Estive com ela ontem e hoje, nunca a tinha visto antes e é amorosa (para além da parte de andar às cabeçadas na secretária mentalmente). Devo dizer que tenho uma certa pena dela. É turca e no meio de toda aquela confusão (sim, porque aquela papelada toda junta é um autêntico quebra-cabeças, ela diz que nunca na vida teve um caso tão complicado e eu acredito) de prazos, e datas, e assinaturas, e tudo disse-me muito séria: olha, conheço uma médica portuguesa na AstraZeneca, posso dar-lhe os teus contactos? Eu ainda estava com a cabeça metida no imbróglio (ou embróglio?) e demorei tempo para perceber que era uma forma simpática de me arranjar portugueses com quem estar. Chama-me "Carolina, darling" e "sweetie" (com pronúncia americana - leia-se Carolaina) e ainda me consegue ver à frente, ao contrário das outras pessoas que andei a perseguir para isto se resolver. Mas agora isto está no bom caminho, se bem percebi.
Hoje de manhã cheguei com dores de cabeça ao lab - de bicicleta o vento uiva no meu capacete. Esteve um grizu terrível, com imenso vento, chuvinha molha-parvos gelada (tivemos uma mínima de 0ºC) e ouvi dizer que nevou à uma da tarde (precisamente) durante cerca de 5min. Eu no fundo das minhas lamelas e das células e tal nem me aprecebi. E às 5h da noite, quando voltei do lab, ainda fui aos correios buscar encomendas. Decidi deixar a minha tralha no quarto (tinha a mochila bastante pesada) e ir a pé, para não ter de estar a trancar e destrancar a bicicleta, e pôr e irar as luzes, etc (com luvas não dá jeito nenhum e sem luvas perco a sensibilidade nos dedos). Os correios são aqui perto e não se justifica. Fui portanto a pé. Ainda se demora cerca de 10 min. Frio (gelo), vento, chuva, óculos cheios de água e cabelos na cara (com o vento que estava nem valia a pena tentar afastá-los), cheguei aos correios numa figura estranha. No balcão dei os comprovativos que tinha recebido em casa e o meu BI. Não, tem de ser passaporte (SIM!! EU SEI, EU JÁ TINHA SIDO AVISADA!!! MAS NÃO ME LEMBREI, OK??!!). Mas está a chover!, argumentei. Eu sei, respondeu a menina do balcão. Estamos abertos até às 21h. Lá fui eu outra vez enfrentar a intempérie (também não sei se está bem escrito). Voltei para casa, descalcei-me, lanchei, vi séries parvas na TV com os meus corridor mates e pelas 8h tomei balanço para voltar lá. Resumindo e concluindo já tenho mais roupa para vestir (até mais sapatos) :)
Já agora aqui vai a foto do dia:
Ceci est la photo de l'édifice où je travaille, depuis mon vélo. On peut peut-être deviner que malgré le climat hostile qu'on a à l'extérieur, l'intérieur est très accueillant.
3 comentários:
Eu gosto das fotos com sol!!! :)
Sim eu também... mas não vai voltar a haver sol tão cedo :(
Bem, cachopa, não sabia que a saga ERASMUS tinha parte 1:Coimbra e parte 2:Lund...olha, desejo-te muita paciência e uma verdadeira celebração quando isso estiver resolvido!!
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