Ontem chegou a primavera. 15ºC!!!! Mas pronto, hoje foi-se embora outra vez. Está frio e chove.
De qualquer forma tenho mesmo de falar do dia de ontem, nem que seja para recordar. Saí de casa de manhã e estava o grizu do costume, tinha portanto uma camisola de gola alta, uma de lã e o meu casacão. Mas à tarde consegui sair cedo (antes de ser noite, entenda-se) para ir ao centro pagar a renda do meu quarto. Qual não foi o meu espanto, ao sair do laboratório, quando senti a necessidade de abrir o casaco. Estava uma temperatura amena!! Acho que é impossível ter-se noção do que é estar na rua sem congelar, quando se vive na Suécia desde Outubro, sem realmente o viver. É uma sensação indescritível. Peguei portanto na minha bicicleta e dirigi-me à baixa de Lund, a sentir o vento na cara a não me congelar o nariz e os pulmões. Na rua estavam multidões, tudo de nova colecção Primavera-Verão (não estivéssemos na Suécia), a malta toda esparramada na relva - apesar de esta estar ainda lamacenta da neve recente - gente de T-shirt!!! E eu a transpirar no meu casaco, de inverno. Ouvia-se gargalhadas na rua, havia parzinhos aos beijos, carros com música aos berros, as pessoas estavam felizes!! (acho que o número de vezes que vi gente aos beijos na rua nesta terra contam-se nos dedos de uma mão)
Lá paguei a renda do quarto (actividade muito primaveril) e fui para casa. A minha entrada no meu bairro estudantil também teve piada: janelas todas abertas, cada uma com sua música aos berros, arrumei a bicicleta e ao chegar ao meu prédio ouvi "CAROLINAAAA!!" - estavam os suecos do meu corredor a acenar de um telhado. Suecos efusivos!!!! ... não pode...
O telhado é um a que podemos aceder da janela da nossa cozinha. Entrei no corredor - mais música - despi-me, vesti uma T-shirt, e fui ter com eles ao telhado. Lá ficamos um bocado a curtir a temperatura não fria (não estava sol... mas era pedir muito) e a acenar ao pessoal que ia chegando a casa. Muito bom.
Mas hoje choveu a potes e está outra vez um gelo na rua. Enfim, fico à espera do próximo dia de primavera.
Que ninguém se sinta obrigado a ler este blog... a sério, só o fiz para ver como é, para publicar aquilo que me vem à cabeça... o que nem sempre é interessante. Ne vous sentez pas obligés de lire ce blog... je l'ai fait uniquement comme expérience, pour publier ce que je considère intéressant. Et tout est relatif. Surtout l'intéressance. Bref, bienvenue à mon blog! Bem-vindos ao meu blog!
sábado, março 27, 2010
sábado, março 20, 2010
Fiesta... e óculos
Ontem fui sair. Bem, não foi a primeira vez, mas a questão é que vieram dois ilustres desconhecidos - em sítios e horas diferentes, a coisa não estava combinada - elogiar os meus óculos. Quer dizer, uma pessoa maquilha-se, veste-se a rigor, escolhe a roupa a dedo, para virem elogiar... os óculos. Não é o meu cabelo, a minha forma de dançar (isto admirava-me bastante...), o meu decote (inexistente), não. É o objecto mais trivial que tenho comigo, que uso todos os dias, desde o momento em que me levanto com remelas até aos joelhos até à noite, quando vou para a cama com células estaminais ainda a pingar-me do nariz (je les ai déjà dans le nez!! - piada para bilingues, se é que alguém a percebe...).
Enfim, o problema é que também já não foi a primeira vez. A outra foi na Västgöta Nation. Estava no bar a tentar conseguir pedir uma cerveja. Um daqueles momentos em que parece que só existo se der valentes cotoveladas nos rins da malta que parece que acabou de atravessar o deserto do sahara e que nem olha a meios para conseguir bebida. Um clássico. No meio do campo de batalha, tinha eu conseguido chegar ao balcão, quando acosta ao meu lado um jovem completamente grosso que se põe a falar comigo em sueco com um entusiasmo assustador.
Enquanto me serviam a cerveja expliquei-lhe que não falava sueco. I LOVE YOUR GLASSES!!! gritou-me ele ao ouvido. WHERE DID YOU BUY THEM? THEY'RE SO COOOOOLLL!!! Disse-lhe que tinha sido em Lisboa e fui-me embora com a cerveja (a entornar metade enquanto atravessava e multidão contra a corrente).
Para a próxima tenho de ser mais explícita: NA FÁBRICA NACIONAL DE ÓPTICA!!! TÁJE A BER A SÉ? BAIS PELA DIRETA, SEGUE, SEGUE, SEGUE, E É NA RUA SÃO JOÃO DA PRAÇA NO LADO DIRETO, NA PODE FALHAR!!
Enfim, o problema é que também já não foi a primeira vez. A outra foi na Västgöta Nation. Estava no bar a tentar conseguir pedir uma cerveja. Um daqueles momentos em que parece que só existo se der valentes cotoveladas nos rins da malta que parece que acabou de atravessar o deserto do sahara e que nem olha a meios para conseguir bebida. Um clássico. No meio do campo de batalha, tinha eu conseguido chegar ao balcão, quando acosta ao meu lado um jovem completamente grosso que se põe a falar comigo em sueco com um entusiasmo assustador.
Enquanto me serviam a cerveja expliquei-lhe que não falava sueco. I LOVE YOUR GLASSES!!! gritou-me ele ao ouvido. WHERE DID YOU BUY THEM? THEY'RE SO COOOOOLLL!!! Disse-lhe que tinha sido em Lisboa e fui-me embora com a cerveja (a entornar metade enquanto atravessava e multidão contra a corrente).
Para a próxima tenho de ser mais explícita: NA FÁBRICA NACIONAL DE ÓPTICA!!! TÁJE A BER A SÉ? BAIS PELA DIRETA, SEGUE, SEGUE, SEGUE, E É NA RUA SÃO JOÃO DA PRAÇA NO LADO DIRETO, NA PODE FALHAR!!
sexta-feira, março 19, 2010
quinta-feira, março 18, 2010
SciFi2
Ontem esqueci-me de uma cena com piada durante a aula de Skype - às tantas deixámos de ver o PPT do Prof e parou tudo para ele tentar resolver o problema. Ficou muito aborrecido e aproximou-se muito do ecrã, a murmurar coisas (tipo "deixa cá ver o que acontece se eu fizer isto"). Enfim, foi um efeito assustador mas engraçado.
quarta-feira, março 17, 2010
SciFi
Segunda e hoje tive experiências de Ficção Científica, a saber aulas por vídeoconferência pelo Skype. Um prof sentado na sala de casa algures no Canadá, com fones à "está-lá fala a Marta", e nós, meia-dúzia de gatos pingados num anfiteatro digno da Nações Unidas com microfones nas mesas à nossa frente.
O primeiro impacto teve piada, por estarmos sozinhos naquela sala gigante, e o prof aparecer num ecrã de cinema. Íamos entrando na sala e estava aquele senhor de uma certa idade, com um nome acabado em "-ovsky", com um "headset", careca de óculos, a olhar muito sério e muito fixamente na nossa direcção, à espera que nos instalemos todos. Sem falar de um zumbido de fundo próprio do Skype, digno de filme de suspense. O prof tinha aquele ar carrancudo e pensativo de quem está a olhar fixamente para um ecrã de computador. A aula propriamente dita até correu bem, ele ia mandando umas piadas com piada e fazia perguntas para nos manter acordados. A cada pergunta ficava tudo calado à espera que alguém se atrevesse a carregar no botão do microfone para responder. Então ele lá dizia "miúda de camisola verde na primeira fila, o que achas"? Então na primeira fila toda a gente fica a olhar para as camisolas uns dos outros e para a própria. Enfim, estranho. Hoje estavamos todos mais descontraídos, ele até se riu dos nossos disparates.
Isto é suposto ser um workshop de escrita científica, como escrever um artigo de forma a ser rejeitado de certeza (ou erros a evitar a todo o custo), que palavras ou expressões usar, como escrever um texto com parágrafos, enfim, coisas da vida. Aprendi um conceito fantástico, que sempre apliquei, mas que nunca tinha visto neste ponto de vista: PBS - pipe, brandy and slippers. Refere-se a como olhar para os resultados que temos obtido de forma a contruir uma história com eles. Há que pôr os resultados na parede da sala, calçar umas pantufas, sentar-se num sofá a beber um brandy e fumar um cachimbo. E olhar para os resultados a pensar numa forma de os conjugar de forma a escrever um artigo de jeito, com princípio, meio e fim. E suspense.
Hoje reparei pela primeira vez no autocolante que está na base dos microfones: "Please, do not play with the microphone".
O primeiro impacto teve piada, por estarmos sozinhos naquela sala gigante, e o prof aparecer num ecrã de cinema. Íamos entrando na sala e estava aquele senhor de uma certa idade, com um nome acabado em "-ovsky", com um "headset", careca de óculos, a olhar muito sério e muito fixamente na nossa direcção, à espera que nos instalemos todos. Sem falar de um zumbido de fundo próprio do Skype, digno de filme de suspense. O prof tinha aquele ar carrancudo e pensativo de quem está a olhar fixamente para um ecrã de computador. A aula propriamente dita até correu bem, ele ia mandando umas piadas com piada e fazia perguntas para nos manter acordados. A cada pergunta ficava tudo calado à espera que alguém se atrevesse a carregar no botão do microfone para responder. Então ele lá dizia "miúda de camisola verde na primeira fila, o que achas"? Então na primeira fila toda a gente fica a olhar para as camisolas uns dos outros e para a própria. Enfim, estranho. Hoje estavamos todos mais descontraídos, ele até se riu dos nossos disparates.
Isto é suposto ser um workshop de escrita científica, como escrever um artigo de forma a ser rejeitado de certeza (ou erros a evitar a todo o custo), que palavras ou expressões usar, como escrever um texto com parágrafos, enfim, coisas da vida. Aprendi um conceito fantástico, que sempre apliquei, mas que nunca tinha visto neste ponto de vista: PBS - pipe, brandy and slippers. Refere-se a como olhar para os resultados que temos obtido de forma a contruir uma história com eles. Há que pôr os resultados na parede da sala, calçar umas pantufas, sentar-se num sofá a beber um brandy e fumar um cachimbo. E olhar para os resultados a pensar numa forma de os conjugar de forma a escrever um artigo de jeito, com princípio, meio e fim. E suspense.
Hoje reparei pela primeira vez no autocolante que está na base dos microfones: "Please, do not play with the microphone".
quinta-feira, março 11, 2010
Nevão I
Primeira série de fotos tiradas durante o nevão de fins de janeiro-fevereiro. Começo com os cavalos matinais.
Première série de photos prises pendant la fin janvier et février, où il a neigé considérablement. Je commence par les chevaux qui sont dans l'enclos près duquel je passe tous les matins.
Estes esqueceram-se de despir o pijama.
Il y en a qui ont oublié d'enlever leur pyjama...
Première série de photos prises pendant la fin janvier et février, où il a neigé considérablement. Je commence par les chevaux qui sont dans l'enclos près duquel je passe tous les matins.
Estes esqueceram-se de despir o pijama.
Il y en a qui ont oublié d'enlever leur pyjama...
quarta-feira, março 10, 2010
Fire Course
Hoje tive o "fire course". Obrigatório para todos os membros da universidade de Lund, um curso dos bombeiros para aprender a lidar com um incêndio. Devo dizer que me fartei de aprender.
Suponho que a primeira pergunta que se fazem os meus leitores é: como são os bombeiros suecos? A amostra que tive foi duas bombeiras atarracadas... Pronto, no país da igualdade de sexos não admira assim tanto, mas, convenhamos, desilude.
O curso durou a manhã toda, com parte teórica e parte prática. Na teórica mostraram-nos um vídeo de um incêndio em tempo real. Foi giro, porque foi provavelmente filmado nos anos 80, e aparecia um senhor de bata e óculos alucinados em fundo de garrafa (para não falar do penteado). Começou por mostrar uma sala - sofá, mesa, planta de interior, secretária, estante. Depois acendeu uma vela com gesto muito profissional e deitou-a delicadamente no sofá. Saiu e ficámos a ver a sala a pegar fogo. A bombeira ia parando o filme e comentando. Em menos de 2minutos já só podes entrar a rastejar e mesmo só se houver uma criança a brincar no chão e que convém tirar dali. Em menos de cinco só se via o enquadramento da porta cheio de fumo negro agressivo e uma chamas gigantes a espreitar de vez em quando. Não foi muito reconfortante.
A bombeira também nos explicou que nos filmes americanos em que o herói entra num edifício em chamas para salvar uma donzela e sai com ela ao colo e 3 cabelos chamuscados é peta. Ao que parece, num fumo de incêndio só tens direito a inspirar 2 vezes, à terceira morres asfixiado. Cá estamos...
Aprendi os 3 tipos de extintores que existem e em que circunstâncias devem ser usados. Também vimos um vídeo de uns senhores a tentar apagar uma panela com óleo em chamas... com água. Um fogo de artifício impressionante. Não façam isto em casa!! (ainda bem que avisas). Para quem não sabe (eu devo dizer que desconfiava), há que por a tampa na panela e esperar que passe. Bem, e tirar a panela do lume, só naquela.
A bombeira também falou em células de incêndio (se bem me lembro). É a cena de fechar portas de incêndio. Eu percebi que as portas se fechavam automaticamente e fiz figura de loira a perguntar "então mas e se há pessoas no edifício?". Primeiro mandas sair as pessoas e depois fechas a porta, explicou-me a bombeira. Enfim, deu para pôr o pessoal bem disposto. Era uma piada. Disfarça, Carol.
Também nos falaram das leis suecas em relação a incêndios e acidentes, para nos explicar que era nossa responsabilidade, enquanto cidadãos, preveni-los.
Depois da parte teórica, passámos à prática.
Fomos para o parque de estacionamento em que a bombeira tinha estacionado o carro dela ao lado de um carrão XPTO todo cromado - não me lembro da marca - a menos que tenha sido o contrário.
O reboque do carro da bombeira era, na verdade, uma espécie de lareira metálica ambulante. Abria-se e lá dentro havia uma espécie de tanque com gazolina, ou qualquer coisa do género, que se inflamava com um interruptor.
A bombeira sacou dos extintores (de dióxido de carbono) e explicou-nos como utilizá-los. Estes só apagam o fogo a um ou dois metros e só quando o foco se encontra em baixo. Em cima não dá. A partir daí ia acendendo a "lareira" (que por acaso metia respeito) e tivemos de ir, um por um, pegar no extintor e apagar o fogo. Yey!
No grupo havia um senhor asiático (parecia chinês) que se estava sempre a rir e, claro, de máquina fotográfica em punho. Tirou uma foto às duas bombeiras a posar ao lado do reboque-lareira e pediu à bombeira 2 para lhe tirar uma foto na vez dele apagar o fogo.
Às tantas chegou o dono do carro cromado com cara de poucos amigos, olhou para nós e para a bombeira furibundamente, inversão de marcha e foi-se embora.
Depois de todos termos usado o extintor, a bombeira sacou de um boneco tipo de lona ou assim com forma de pessoa crescida. Ia-lhe pegando fogo para nós apagarmos com um cobertor. Parece que se deve deitar a pessoa no chão (por vezes tem de se usar violência) para o fogo não subir para a cara/cabelos e, com um cobertor, de lã ou algodão (nada de sintéticos), abafar o fogo, começando pela cabeça, tronco e membros. Foi essa a parte que treinámos. A bombeira ia deitando fogo ao boneco com um lança-chamas e nós tínhamos de o apagar com o cobertor. Explicou-nos que no fim não convém despir a pessoa (se a roupa for sintética derreteu, colou-se, e arrancas-lhe a pele) e arrefecê-la com água a 37ºC (e não água fria como toda a gente acha) enquanto esperas pela ambulância.
A "bombeira 2" era suposta estar lá para traduzir do sueco para o inglês, mas como não tinha grande jeito para a coisa, a 1 lá se desenrascou.
No fim recebemos um diploma. Mais um canudo para o meu extensíssimo curriculum vitae.
Suponho que a primeira pergunta que se fazem os meus leitores é: como são os bombeiros suecos? A amostra que tive foi duas bombeiras atarracadas... Pronto, no país da igualdade de sexos não admira assim tanto, mas, convenhamos, desilude.
O curso durou a manhã toda, com parte teórica e parte prática. Na teórica mostraram-nos um vídeo de um incêndio em tempo real. Foi giro, porque foi provavelmente filmado nos anos 80, e aparecia um senhor de bata e óculos alucinados em fundo de garrafa (para não falar do penteado). Começou por mostrar uma sala - sofá, mesa, planta de interior, secretária, estante. Depois acendeu uma vela com gesto muito profissional e deitou-a delicadamente no sofá. Saiu e ficámos a ver a sala a pegar fogo. A bombeira ia parando o filme e comentando. Em menos de 2minutos já só podes entrar a rastejar e mesmo só se houver uma criança a brincar no chão e que convém tirar dali. Em menos de cinco só se via o enquadramento da porta cheio de fumo negro agressivo e uma chamas gigantes a espreitar de vez em quando. Não foi muito reconfortante.
A bombeira também nos explicou que nos filmes americanos em que o herói entra num edifício em chamas para salvar uma donzela e sai com ela ao colo e 3 cabelos chamuscados é peta. Ao que parece, num fumo de incêndio só tens direito a inspirar 2 vezes, à terceira morres asfixiado. Cá estamos...
Aprendi os 3 tipos de extintores que existem e em que circunstâncias devem ser usados. Também vimos um vídeo de uns senhores a tentar apagar uma panela com óleo em chamas... com água. Um fogo de artifício impressionante. Não façam isto em casa!! (ainda bem que avisas). Para quem não sabe (eu devo dizer que desconfiava), há que por a tampa na panela e esperar que passe. Bem, e tirar a panela do lume, só naquela.
A bombeira também falou em células de incêndio (se bem me lembro). É a cena de fechar portas de incêndio. Eu percebi que as portas se fechavam automaticamente e fiz figura de loira a perguntar "então mas e se há pessoas no edifício?". Primeiro mandas sair as pessoas e depois fechas a porta, explicou-me a bombeira. Enfim, deu para pôr o pessoal bem disposto. Era uma piada. Disfarça, Carol.
Também nos falaram das leis suecas em relação a incêndios e acidentes, para nos explicar que era nossa responsabilidade, enquanto cidadãos, preveni-los.
Depois da parte teórica, passámos à prática.
Fomos para o parque de estacionamento em que a bombeira tinha estacionado o carro dela ao lado de um carrão XPTO todo cromado - não me lembro da marca - a menos que tenha sido o contrário.
O reboque do carro da bombeira era, na verdade, uma espécie de lareira metálica ambulante. Abria-se e lá dentro havia uma espécie de tanque com gazolina, ou qualquer coisa do género, que se inflamava com um interruptor.
A bombeira sacou dos extintores (de dióxido de carbono) e explicou-nos como utilizá-los. Estes só apagam o fogo a um ou dois metros e só quando o foco se encontra em baixo. Em cima não dá. A partir daí ia acendendo a "lareira" (que por acaso metia respeito) e tivemos de ir, um por um, pegar no extintor e apagar o fogo. Yey!
No grupo havia um senhor asiático (parecia chinês) que se estava sempre a rir e, claro, de máquina fotográfica em punho. Tirou uma foto às duas bombeiras a posar ao lado do reboque-lareira e pediu à bombeira 2 para lhe tirar uma foto na vez dele apagar o fogo.
Às tantas chegou o dono do carro cromado com cara de poucos amigos, olhou para nós e para a bombeira furibundamente, inversão de marcha e foi-se embora.
Depois de todos termos usado o extintor, a bombeira sacou de um boneco tipo de lona ou assim com forma de pessoa crescida. Ia-lhe pegando fogo para nós apagarmos com um cobertor. Parece que se deve deitar a pessoa no chão (por vezes tem de se usar violência) para o fogo não subir para a cara/cabelos e, com um cobertor, de lã ou algodão (nada de sintéticos), abafar o fogo, começando pela cabeça, tronco e membros. Foi essa a parte que treinámos. A bombeira ia deitando fogo ao boneco com um lança-chamas e nós tínhamos de o apagar com o cobertor. Explicou-nos que no fim não convém despir a pessoa (se a roupa for sintética derreteu, colou-se, e arrancas-lhe a pele) e arrefecê-la com água a 37ºC (e não água fria como toda a gente acha) enquanto esperas pela ambulância.
A "bombeira 2" era suposta estar lá para traduzir do sueco para o inglês, mas como não tinha grande jeito para a coisa, a 1 lá se desenrascou.
No fim recebemos um diploma. Mais um canudo para o meu extensíssimo curriculum vitae.
sábado, março 06, 2010
København II
A neve tem derretido da melhor maneira: com o sol! Quando penso que os suecos estavam felizes sempre que chovia (é desta que esta porcaria derrete toda!!)... depois da chuva vinha outra vez a neve.... Enfim, hoje o dia está fantástico, vou ver se aranjo uma desculpa para sair de casa. Aqui fica a única fotografia que tirei durante a minha última ida a Copenhaga - dá-me ideia que a máquina congelou a partir daí....
Voici la seule photo que j'ai prise à mon dernier voyage à Copenhague - j'ai l'impression que mon appareil-photo a tout simplement congelé à partir de là...
Voici la seule photo que j'ai prise à mon dernier voyage à Copenhague - j'ai l'impression que mon appareil-photo a tout simplement congelé à partir de là...
sexta-feira, março 05, 2010
Malmö II
Como prometido ontem vou "postar" algumas da fotos que mandei revelar. Aqui ficam as fotos do passeio que fui fazer a a Malmö há uma eternidade. Devo dizer que não estou muito satisfeita com a qualidade da digitalização...
Voici les photos que j'ai prises pendant ma promenade à Malmö, il y a une éternité. Je dois dire que je ne suis pas vraiment contente de la qualité de la digitalisation....
Lakmé
Mar gelado
Mer glacée
Barcos - bateaux
Skú
Luges
Estufa com plantas tropicais no bairro "verde" de Malmö. Penso que é visível o contraste entre o interior da estufa e o exterior.
Serre tropicale dans l'hiver glacé. J'aime ce contraste.
Beira mar...
Bord de Mer....
Turning Torso pelo céu a dentro. à esquerda está a estufa tropical.
Turning Torso dans le brouillard. À gauche on voit la serre tropicale.
Patinhos!!
Marre aux canards. Moi j'aurais froid aux palmes...
ADN!!
Voici les photos que j'ai prises pendant ma promenade à Malmö, il y a une éternité. Je dois dire que je ne suis pas vraiment contente de la qualité de la digitalisation....
Lakmé
Mar gelado
Mer glacée
Barcos - bateaux
Skú
Luges
Estufa com plantas tropicais no bairro "verde" de Malmö. Penso que é visível o contraste entre o interior da estufa e o exterior.
Serre tropicale dans l'hiver glacé. J'aime ce contraste.
Beira mar...
Bord de Mer....
Turning Torso pelo céu a dentro. à esquerda está a estufa tropical.
Turning Torso dans le brouillard. À gauche on voit la serre tropicale.
Patinhos!!
Marre aux canards. Moi j'aurais froid aux palmes...
ADN!!
quinta-feira, março 04, 2010
Fotografia, fotografia....
Cá estou eu, de volta ao blog, pelo menos por hoje. Depois do laboratório fui buscar as minhas fotografias que pus a revelar (num fotógrafo a sério, desta vez) e a caminho de casa reparei que a exposição do João Penalva estava aberta. Agora estou-me a armar, ah e tal sou tão intelectual, o João Penalva e tal. Quando na verdade não fazia a menor ideia de quem era o jovem, para além do facto de pelo nome parecer português. Sempre que passava à frente do Konsthall via o cartaz e o nome chamava-me a atenção por parecer português, mas a exposição estava sempre fechada.
Enfim, hoje decidi entrar (de mochila às costas, casacão e saco de plástico das compras - muuuuuito intelectual. De esquerda, como é suposto).
Pelo guia que li já no autocarro a caminho de casa, soube que João Penalva nasceu em Lisboa em 1949 e começou por ser bailarino na Ópera de São Carlos. Estudou mimo e dança contemporânea, foi bailarino/coreógrafo na Europa toda (ou quase) e chegou a trabalhar com a Pina Bausch. Nos anos 80' decidiu que queria ser pintor e foi para Londres. E pronto, pelos vistos também é fotógrafo e escritor. Parece que he is one of the best-known artists from his country, Portugal. Tive de viver na Suécia para ficas a conhecer o João Penalva. Não há como ir para o estrangeiro para conhecer artistas portugueses, pelos vistos. Por acaso até gostei da exposição.
Bem a verdade é que fiquei à nora - estava tudo às escuras (para além de umas projecções maradas) não havia qualquer galeria, ou caminho a seguir com fotografias nas paredes, como eu estava à espera. Durante os 2 primeiros minutos andei de um lado para o outro, a meter-me em corredores escuros, e a subir escadas de serviço, à procura das obras. Ia espreitando para a secretária em que estava uma senhora com um ar de seca a fazer paciências no computador (suponho eu) a ver se ela não saltava da cadeira e acusar-me de ilegalidades, mas ela não se mexia.
Depois de umas voltas lá fui dar com as obras. Devo dizer que não me entendo muito bem com esta fotografia pós-contemporânea, e comecei por não achar grande piada. Mas gostei do ambiente meio surrealista (de se ficar anestesiado, parecia uma sala de microscopia de fluorescência), percebi que ele gosta da onda dos sonhos (eu também!) e houve uma parte de que gostei: umas fotos grandes com legendas gigantes. Legendas essas que na verdade são narrativas, curtas mas intensas. Aqui fica uma (se bem que sem a foto não tem tanta piada):
«Master Nanyo's wife had dozed off the table, waiting for her husband to come and eat dinner. The food was getting cold. When he arrived she asked what had kept him so long. "I was looking at the shadows. How different they look now from the morning's shadows" he said. Adding some more rice to his bowl, she then asked, "Are you now the same man who had breakfast at this table today?". They ate in silence for the rest of the meal. Then, picking with his chopsticks a stubborn last grain of rice in his bowl, Masted Nanyo replied with a big smile, "I think you'd better ask him."»
Para quem estava à espera que eu publicasse fotos... temos pena!! ;)
Fica para amanhã, tenho de as fazer render...
Enfim, hoje decidi entrar (de mochila às costas, casacão e saco de plástico das compras - muuuuuito intelectual. De esquerda, como é suposto).
Pelo guia que li já no autocarro a caminho de casa, soube que João Penalva nasceu em Lisboa em 1949 e começou por ser bailarino na Ópera de São Carlos. Estudou mimo e dança contemporânea, foi bailarino/coreógrafo na Europa toda (ou quase) e chegou a trabalhar com a Pina Bausch. Nos anos 80' decidiu que queria ser pintor e foi para Londres. E pronto, pelos vistos também é fotógrafo e escritor. Parece que he is one of the best-known artists from his country, Portugal. Tive de viver na Suécia para ficas a conhecer o João Penalva. Não há como ir para o estrangeiro para conhecer artistas portugueses, pelos vistos. Por acaso até gostei da exposição.
Bem a verdade é que fiquei à nora - estava tudo às escuras (para além de umas projecções maradas) não havia qualquer galeria, ou caminho a seguir com fotografias nas paredes, como eu estava à espera. Durante os 2 primeiros minutos andei de um lado para o outro, a meter-me em corredores escuros, e a subir escadas de serviço, à procura das obras. Ia espreitando para a secretária em que estava uma senhora com um ar de seca a fazer paciências no computador (suponho eu) a ver se ela não saltava da cadeira e acusar-me de ilegalidades, mas ela não se mexia.
Depois de umas voltas lá fui dar com as obras. Devo dizer que não me entendo muito bem com esta fotografia pós-contemporânea, e comecei por não achar grande piada. Mas gostei do ambiente meio surrealista (de se ficar anestesiado, parecia uma sala de microscopia de fluorescência), percebi que ele gosta da onda dos sonhos (eu também!) e houve uma parte de que gostei: umas fotos grandes com legendas gigantes. Legendas essas que na verdade são narrativas, curtas mas intensas. Aqui fica uma (se bem que sem a foto não tem tanta piada):
«Master Nanyo's wife had dozed off the table, waiting for her husband to come and eat dinner. The food was getting cold. When he arrived she asked what had kept him so long. "I was looking at the shadows. How different they look now from the morning's shadows" he said. Adding some more rice to his bowl, she then asked, "Are you now the same man who had breakfast at this table today?". They ate in silence for the rest of the meal. Then, picking with his chopsticks a stubborn last grain of rice in his bowl, Masted Nanyo replied with a big smile, "I think you'd better ask him."»
Para quem estava à espera que eu publicasse fotos... temos pena!! ;)
Fica para amanhã, tenho de as fazer render...
Subscrever:
Mensagens (Atom)
Acerca de mim
blogs de pessoal que conheço, blogs de personnes que je connais:
outros/autres
Arquivo do blogue
-
►
2014
(1)
- ► janeiro 2014 (1)
-
►
2013
(18)
- ► novembro 2013 (4)
- ► julho 2013 (5)
- ► junho 2013 (5)
- ► abril 2013 (2)
- ► janeiro 2013 (1)
-
►
2012
(13)
- ► dezembro 2012 (3)
- ► julho 2012 (4)
- ► junho 2012 (1)
- ► março 2012 (1)
- ► fevereiro 2012 (1)
- ► janeiro 2012 (3)
-
►
2011
(12)
- ► setembro 2011 (3)
- ► junho 2011 (4)
- ► janeiro 2011 (5)
-
▼
2010
(64)
- ► dezembro 2010 (3)
- ► novembro 2010 (2)
- ► outubro 2010 (4)
- ► setembro 2010 (10)
- ► agosto 2010 (6)
- ► junho 2010 (2)
- ► abril 2010 (10)
- ▼ março 2010 (10)
- ► fevereiro 2010 (3)
- ► janeiro 2010 (12)
-
►
2009
(101)
- ► dezembro 2009 (8)
- ► novembro 2009 (20)
- ► outubro 2009 (15)
- ► setembro 2009 (3)
- ► agosto 2009 (1)
- ► julho 2009 (3)
- ► junho 2009 (9)
- ► abril 2009 (4)
- ► março 2009 (13)
- ► fevereiro 2009 (7)
- ► janeiro 2009 (3)
-
►
2008
(9)
- ► novembro 2008 (2)
- ► setembro 2008 (1)
- ► abril 2008 (1)
- ► fevereiro 2008 (4)
-
►
2007
(28)
- ► abril 2007 (1)
- ► março 2007 (11)
- ► fevereiro 2007 (8)
- ► janeiro 2007 (8)
-
►
2006
(67)
- ► dezembro 2006 (1)
- ► novembro 2006 (1)
- ► outubro 2006 (4)
- ► setembro 2006 (11)
- ► agosto 2006 (4)
- ► julho 2006 (5)
- ► junho 2006 (4)
- ► abril 2006 (3)
- ► março 2006 (6)
- ► fevereiro 2006 (18)
- ► janeiro 2006 (8)
-
►
2005
(27)
- ► dezembro 2005 (7)
- ► novembro 2005 (6)
- ► outubro 2005 (8)
- ► setembro 2005 (6)